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Problemas no trabalho

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Mensagem  lua de saturno Dom maio 01, 2011 7:56 pm

Boa tarde!
Sou professora e, no ano passado, fiquei colocada numa escola nova com um Centro de Formação de Adultos. Como me queriam pôr a trabalhar nesse centro, eu disse ao Diretor que não podia, visto que exigiam uma grande disponibilidade para trabalhar à noite e eu tenho uma filha pequena. O Diretor conseguiu que uma colega minha trocasse comigo. No entanto, trabalhei nesse centro durante os primeiros dias. Tinha marcado uma hora com os formandos, mas eles não apareceram. O mesmo aconteceu no dia seguinte e eu desejei confirmar o que estava a acontecer. descobri que as colegas que trabalham no Centro desmarcaram a hora com os formandos sem me consultar, por pura maldade. Recebi, à noite, um pedido de desculpas esfarrapado pelo telemóvel. No dia seguinte, a minha Coordenadora estava sempre perto de mim (ela deu-me a sensação de que estava a vigiar-me). No entanto, ao fim da tarde, contei ao Diretor o que se passou.
Fui transferida do Centro para a escola considerada regular, com turmas do 8º e 9º ano. Uma turma do 8º ano começou a estar "muito à vontade" logo no início: sentavam-se onde queriam lo lugar de respeitar os lugares indicados pela professora e uma aluna, ao constatar que estava ali eu no lugar da professora do ano passado, mostrou logo o seu desapontamento. Para se referir à professora, utilizou a alcunha pela qual essa professora é conhecida. Eu fui dura e ríspida, afirmando que nenhum aluno deveria referir-se a nenhum professor nesses termos.
Essa minha colega já tinha sido informada do que se passou (pelos alunos, claro!!!) e que não se importava que os alunos a tratassem assim, pois considerava a alcunha carinhosa.
Essa colega é muito expressiva e tem facilidade em desinibir-se perante grandes grupos, conseguindo cativá-los com facilidade e, simultaneamente, manter o respeito necessário. Acrescento que ela também tem consciência disso.
É natural que os alunos tivessem achado as minhas aulas mais monótonas, visto que eu vim de uma escola onde havia mais rigor na imposição de regras. No entanto, os alunos começaram a arranjar-me problemas, transmitindo a mensagem de que eu era má professora e de que eu não dava matéria nenhuma. "Veja os nossos cadernos"-disseram eles à sua Directora de Turma -"Ela não dá quase nada". Os meninos conseguiram fazer passar a sua mensagem à sua Directora de Turma e a outros alunos, que começaram a tomar atitudes desafiadoras em relação a mim.
Os meninos transmitiram este boato aos pais, o que originou certas conversas no portão da escola. Agarrados ao velho cliché de que o professor não explica nada, alguns pais, no lugar de se assegurarem da veracidade do boato, mobilizaram-se para me expulsarem da escola. No entanto, outros pais, ouvindo a voz da razão, não quiseram comparticipar nesta canalhice e um deles até foi avisar-me do que se estava a passar.
O presidente da Associação de Pais, numa tentativa conciliadora, arranjou uma reunião comigo e com esses pais de modo a esclarecer o que se passava e assim aconteceu. Acrescento que eu estava em estado de choque e muito assustada... Mas a representante disse ao Diretor de que alguns pais foram bastante incorretos para comigo.
Foi um ano escolar muito difícil. É evidente que esta história se espalhou e de que eu fui alvo de muitas faltas de respeito por parte dos meus alunos. Sempre que acionava os mecanismos de modo a que houvesse disciplina, a responsabilizada era eu e não os alunos, tendo eu sido desautorizada algumas vezes à frente deles.
O Diretor e a minha Coordenadora convocaram-me para uma reunião entre os três e os dois decidiram convidar um colega para assistir às minhas aulas. Eu aceitei, demonstrando que não tinha nada a esconder.
Quando eu estava sozinha com a minha Coordenadora, ela admitiu que foram "outras condicionantes" que conduziram a esta situação. E eu perguntei-lhe: "O Diretor sabe?" Ela disse que não, mas eu decidi permanecer caladinha para que não houvesse mais problemas...
Durante os intervalos, os alunos chamavam-me pela minha alcunha em voz alta e riam-se. Quando chegava a hora de entrar, como alguns colegas meus se atrasavam, os respectivos alunos provocavam propositadamente distúrbios nos corredores e atiçavam os alunos das minhas turmas. O tal colega que apareceu nas minhas aulas testemunhou isso, enquanto que eu, furiosa, disse-lhe que estava a pensar em ir à Direção Regional de Educação transmitir o que se estava a passar.
No final do ano, como não houve concursos, fui obrigada a permanecer naquela escola. O Diretor atribuiu-me turmas novas de modo a evitar a continuidade dos problemas. Esperei que este ano letivo fosse melhor, mas o mau-estar permaneceu no ar... Uns alunos que foram meus o ano passado continuam a provocar-me distúrbios nos corredores e a atiçar os alunos das minhas turmas à hora da entrada, visto que a minha colega chega mais atrasada. Aliás, suponho que vontade não deve ter faltado a algumas pessoas de provocar confusões, mas eu esforçei-me bastante por cativar logo estes alunos, de modo que já não foi tão fácil. No entanto, ao longo do ano letivo, os meus antigos alunos devem ter feito circular alguns boatos, porque os meus atuais alunos começaram a adotar atitudes desafiadoras e de quem deseja experimentar-me até ao limite. Agora que o ano letivo está a chegar até ao fim, os meninos estão mais cansados, mais impacientes e mais abusadores... O meu problema é eu sentir que alguém espera ver tudo desabar novamente...

lua de saturno

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Problemas no trabalho Empty Re: Problemas no trabalho

Mensagem  maykou Qui maio 05, 2011 4:04 am

Mude, mude seu jeito de trabalhar com a turma, tente se adaptar a eles ou a ter comando sobre eles. Não sei como é aonde você trabalha, mas aqui a melhor é a segunda opção.
Acho que estão esperando mudança, então mude nem que seja aos poucos. Não tenho o que dizer, se continuar do mesmo jeito ou eles acostumam e admitem, ou tudo desaba novamente.
Não sei como lhe ajudar, mas espero ter ajudado pelo menos como se tivesse acendido um fósforo no fim do túnel Very Happy

Atenciosamente,
Maykou.

maykou

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